Acredito que o verdadeiro brilho da vida esteja nas coisas simples, eu sei é clichê,
mas é a mais pura sensação indescritível de toda magnitude do cotidiano. A forma
como uma senhorinha te acena com gentileza todos os dias, a risada de alguém te
faz querer rir e honestidade com a qual a tia da cantina te pergunta se está bem,
são como rotas de destino, o cruzamento de um aceno, pergunta e olhar que por
mais que pareça pequeno é um genuíno ato de cativar. As mais belas artes de
cativar que presenciei vieram de surpresa, sem data de festa, evento ou conversa
combinada, às vezes até mesmo “as pessoas nem combinavam”. Parece bobeira o
quão grande uma simples troca de ouvir outra perspectiva, desabafo ou
compartilhar aquilo que até então só você achava graça, pode transformar seus
laços com as pessoas que convive.
Mas como a Raposa disse ao Pequeno Príncipe, “tu te tornas eternamente
responsável por aquilo que cativas”, é um telefone em que a linha deve funcionar
dos dois lados. Assim como em qualquer relação seja amorosa, familiar e de
amizade, assumimos o compromisso de honrar e respeitar limites, história e
caminho da outra pessoa, bem como também devemos estar cientes de que não
somos responsáveis pelas atitudes, decisões e visões de mundo dos outros. Cativar
é saber, compreender e acima de tudo amar o outro, não pelo que ele poderia ser,
mas sim pelo que ele é apesar de, e claro saber amar-se e respeitar-se na mesma
medida, pois só ama aquele que antes é amado.
Não cabe a mim e nem a ninguém julgar o quão profundo podemos chegar em
nossas relações humanas, não existe regra, lei ou manual de instrução, a arte de
cativar é muito mais do que algo pessoal, ela é totalmente intuitiva, e age como ímã
no coração daqueles que se cativam. O LEO é uma das oportunidades mais
incríveis e digo até incrivelmente cotidiana, pois ser LEO é todo instante, de
encontrar não só em festas com o mesmo padrão de pessoas que costuma
conviver, mas também em atividades que acabam passando despercebidas e até
não vistas como oportunidade de se abrir ao novo e conhecer algo não só sobre
outro “mundo” mas sobre si mesmo também. Seja em uma conversa ao término de
uma reunião ou na necessidade de trabalhar junto a alguém que você nunca sequer
dirigiu a palavra, e dessa forma acontece a arte de cativar, a chama que quando
acesa, mesmo com o passar do tempo, alguma lembrança de carinho sempre te
remeterá.
CLEO Luiza Schaefer Jaskow
LEO Clube Sarandi